O Resgate do Feminino na Cultura

Há muito tempo nossa cultura, falando da amostra que conheço e a que pertenço, sem a pretensão de dela falar como um todo, vem funcionando com divisão de papéis bem delimitada entre o homem e a mulher. Dizem os estudiosos que nem sempre foi assim, mas é assim que ficou. A cultura modifica seus valores , é uma espécie de organismo vivo que se transforma e assim há coisas que ficam melhores e outras piores, o que parece ser o preço do tal “ progresso”.

Mas, nessa divisão de papéis , as coisas ficaram mais ou menos assim: ao homem cabe ser o provedor, o que resolve algumas coisas da família, o que se profissionaliza, exerce um trabalho que tem valor , tanto que ganha dinheiro. À  mulher coube cuidar da casa, dos filhos, do marido, enfim , da família. Lá pelas tantas , a mulher saiu à luta , por uma série de razões. Ela saiu à rua, lutou pelos seus “direitos”, se profissionalizou, foi para as universidades , se afirmou e até passou a ganhar dinheiro. O movimento feminista foi um bastante importante marco dessa mudança. A mulher finalmente vem ganhando um “lugar ao sol” , expressivamente.

Só que aí ela mesma passou se sentir sobrecarregada. E não é para menos . Hoje , a mulher que foi à luta e venceu, por assim dizer, somou suas obrigações. Além de cuidar do que já cuidava , conquistou o direito de ter mais obrigações , dividindo com o homem as áreas que a ele cabiam . Ouço de amigas, colegas, clientes, perguntas com as quais empatizo por fazê-las às vezes eu mesma. Será que somos bobas, será que fizemos um bom negócio ? Parece, pelos resultados, que muito espertas não fomos , a se olhar por esse ângulo. Mas não acredito que possamos nos pensar “vítimas” de mais uma esperteza masculina e que tudo tenha sido “trama” do homem para diminuir sua tarefa. Afinal acredito, ou melhor, constato que todos nós, homens e mulheres, temos nossa dose de esperteza e nossa dose de tontice.

O mundo do homem , do que ele se ocupa é muito valorizado. É o mundo do sucesso , das conquistas, do que vale a pena, do sacrificado mas grandioso. Quantas queixas tem o homem do cansaço por quanto trabalha , de quanto exige ser respeitado e até obedecido quando chega em casa! Afinal, é ele que paga as contas trabalhando fora de casa. E portanto é justo que seu espaço de descanso seja o aconchego do “Santo Lar”. Que as crianças não o incomodem, que a chata da mulher não venha com tantas queixas medonhamente triviais do seu dia-a-dia  sobre a empregada, as coisas que quebraram em casa, os filhos, a escola dos filhos , o pediatra dos filhos, o dentista dos filhos , os horários dos filhos, etc. Que a chata da mulher também não venha com suas intermináveis reclamações da falta de carinho, de atenção do marido, que nunca mais ganhou flores, que o aniversário de casamento foi esquecido, etc. Que a chata da mulher não venha com suas intermináveis cobranças de querer sair, jantar fora, ir ao cinema ou fazer qualquer coisa que não seja ficar em casa. Afinal, deve ser mesmo muito importante esse tal mundo do homem, já que lhe dá tantas prerrogativas…

E, o que ouvimos do mundo da mulher? “ Ai! Que vida mais chata. Tenho que cuidar de tudo. Cuidar da casa é uma tarefa insana. Há  que se fazer sempre a mesma coisa. Tudo o que se faz é desfeito para novamente ter que ser feito / desfeito/refeito assim por diante. Ainda vem até Chico Buarque reclamar…

        

         Todo dia ela faz tudo sempre igual

         Me acorda às 6h da manhã

         Me sorri um sorriso pontual

         E me acorda com a boca de hortelã…

Até Chico que entende de mulheres! Lidar com empregada? É um horror, ruim com elas pior sem elas. E ainda o marido reclama. Acha  o marido ainda ruim que não estou de boa cara para receber seus amigos em casa ou fazer um lindo jantar para os homens de seu mundo importante dos negócios. E mais, se troca meu carro não é por aquele que eu queria, nem a marca, nem a cor, é o que ele quer porque gosta , ou a família precisa ou até para mostrar aos amigos como trata bem a “Santa Esposa” . E ainda tenho que ficar magra. Afinal “ Ele é quem quer . Ele é o Homem , eu sou apenas uma  Mulher”… , até você  Caetano! “

Ouvimos ( e até sentimos) muitas vezes  essas queixas.

E , refletindo sobre essas coisas, vieram-me algumas imagens: É como se estivéssemos numa feira livre, com duas bancas opostas de pescados. Uma , a dos Homens , fazia  a propaganda assim : “ comprem , comprem , comprem . Aqui temos salmão de primeira, olha o bacalhau fresco, lagosta, camarão, trutas e preciosos filés de linguado!” E, claro, produtos tão bons custam caro. Mas , vale a pena. E o produto é tão bom e a propaganda tão bem feita , que a mulher logo se esforçou ao máximo e comprou esse peixe. Custou caro, bem caro. Mas , como mulher gosta mesmo de comprar, não teve dúvida. Entrou no cheque especial , raspou a caderneta de poupança e comprou mesmo. Tudo o que pôde e continua comprando. Comprou o salmão-universidade , o bacalhau-trabalho fora de casa, a lagosta-cargo importante, o camarão-ganhar dinheiro, a truta-fazer palestras, o precioso filé de linguado-escrever artigos, etc. Ficou importante que só. Ficou tão animada que até se tornou sócia dessa banca-do-homem.

Bem , na frente dessa, há outra banca de peixe , a da mulher. E aos homens que por ali passavam era feita a seguinte propaganda:” Comprem aqui, seus injustos e arrogantes. Vejam, a sardinha está quase apodrecendo, as postas pequenas de cação já estão moles e grudentas , os mariscos quase malcheirosos e vocês ainda não compram? Vendo , não tão barato  porque se não tenho prejuízo, mas comprem, comprem, comprem, porque esta é uma obrigação de vocês! “. Logicamente, o homem não comprou , até hoje. Mas, com essa propaganda, nem que ele fosse só tonto, não o faria.

Se pedíssemos uma consultoria para essa empresária- banca- de- peixe-mulher, seguramente alguns apontamentos e conselhos óbvios seriam dados. E, talvez o primeiro fosse procurar o por que ela, a proprietária , desvaloriza tanto seu produto.

E se ela mesma o desvaloriza, como quer vender ? E se quer mesmo vender , por que faz tão má propaganda ? Provavelmente há uma multiplicidade de fatores em jogo.

Volto à questão levantada antes. Teremos, nós mulheres, feito um bom negócio? Onde estamos sendo pouco “espertas” , abusando de nossa porção “bobas’, já que de fato não o somos?

Acredito no valor da conscientização das coisas se queremos entender alguns fenômenos . e, examinando o que nos leva a fazer uma  propaganda  tão mal feita do “nosso” produto , “nosso” porque nos coube mediante a divisão de papéis , “nosso” porque temos muita intimidade com ele,  pensei sobre nossa sombra, enquanto mulher. Não temos consciência do nosso “poder”. E ao não termos usamos dele de uma forma inconseqüente e atuada. E ao não termos brigamos contra o poder do homem.

Se é verdade que o poder fora de casa era exercido somente pelo homem e progressivamente vem sendo compartilhado pela mulher, o poder dentro de casa ainda é preponderantemente da mulher.

Graças a ser a mulher quem de fato mais cuida da casa, dos filhos, da empregada e de todas as coisas que envolvem a “Rainha do Lar”, também é ela que  decide coisas fundamentalmente importantes para a família . A vida social da família está nas mãos da mulher. É simples constatar : quem decide se vai ou não haver um jantar , quem ( ou quantos virão ) , como serão os funcionamentos à volta da comida , hábitos , férias ,etc. é a mulher . O homem, via de regra, não sabe coisas básicas: o que tem em casa, onde se guardam as coisas, que toalhas e guardanapos usar, quando são as folgas dos ajudantes, isso para não falar da decoração e arranjos de flores. Então, sobra ao homem, dar as mais esfarrapadas desculpas por quando, por exemplo , aquele jantar prometido sem consultar a Patroa não vai acontecer, ou aquele programa meio combinado sem consultar a Patroa fica para outra vez. Cabe ao homem não entender direito e negar ou no máximo não saber o que fazer, quando vê que seus filhos convivem muito mais com a família da esposa do que com a sua. Cabe ao homem muitas vezes ficar abobalhado sem saber o que fazer, colocando panos quentes entre sua esposa-a nora e sua mãe a sogra- pobre! Está entre duas mulheres que disputam , com freqüência , esse poder, esse mando, que é feito não tão às claras , que é manipulado, que é grosseiro-sutil , mas muito real.

E o problema, em parte, é que o poder no reinado da Grande Mãe é exercido de forma própria, com as características desse arquétipo. Ou seja, é meio lunar, não tão às claras, no lusco-fusco de uma consciência que funciona com os opostos muito próximos uns  dos outros. O funcionamento no mundo da Grande – Mãe é cheio de curvas, brumas, sutilezas . E quando está sombrio então é mesmo difícil de ser percebido e compreendido. Expressa-se ou sob forma de “charme” sedutor ou então de um “chilique”, de um ataque histérico e violento. É, penso, um pouco desse fenômeno que faz com que tantas vezes ouçamos o homem falar que não entende as mulheres, de tão identificadas estamos com a Grande-Mãe e suas artimanhas.

Mas, se esse padrão se mantém, todos perdem, ninguém ganha.

Jung concebe o ser nascendo com arquétipos. Chama de arquétipo da Grande-Mãe o que cuida da Nutrição e Fertilidade, um de seus símbolos é a lua Chama de arquétipo do Pai o que cuida da separação entre os opostos de uma forma elitizada , separando o certo – errado, bom – mau, etc., trazendo a clareza , coerência e pingos-nos-is. É como se fosse o mundo da lua e o mundo do sol. Na divisão de papéis , a mulher ficou dona-do-mundo-da-lua e o homem dono-do-mundo-do-sol. No nosso passeio  reflexivo vemos que a mulher ganhou o lugar ao sol, mas não ainda o homem ganhou o lugar à lua.

É  como se quando somos crianças, meninos e meninas aprendem como filhos o mundo da Grande-Mãe , recebendo ambos, de formas diferentes os cuidados maternais em casa.

Também, quando crianças, meninos e meninas aprendem como filhos o mundo do arquétipo do Pai , dos limites, recebendo ambos, de formas diferentes os cuidados do primário paterno em casa.

De qualquer forma, como adultos teremos que nos haver com o exercício desses papéis de mãe e de pai, seja de nós mesmos, seja dos outros .

Volto às imagens. É como se houvesse duas grandes batalhas:

Primeira batalha ( ou conquista do patriarcal ):

Para o homem é uma batalha completamente sócio-sintônica. Se ele ganha seu dinheiro, se impõe, se profissionaliza e faz sucesso, estará fazendo bem feito o que dele é esperado. A “torcida” é totalmente favorável, em todos os níveis (familiar, social mais amplo). Se ele não atinge esses objetivos a cultura não aceita e marginaliza. Como é visto um homem que não estuda ou não trabalha, principalmente se ele pensa em se casar? Há um total inconformismo e uma não aceitação social caso isso ocorra. E isso é uma força que o impulsiona.

Para a mulher, embora já atualmente bem mais “tratável”, essa batalha é mais complicada. As vezes ela tem a oposição ( familiar, social) a que ela se desenvolva estudando, trabalhando, se profissionalizando e ganhando seu próprio dinheiro. Mas , mesmo quando a mulher não terá o “estranhamento” social caso ela por exemplo não se profissionalize. Principalmente se ela já encontrou seu “príncipe encantado”, o “bom partido”, a expectativa social é cumprida se daí para frente ela ficar com as “obrigações” do mundo da Grande-Mãe. A mulher terá que contar, portanto, na melhor das hipóteses (quando não há oposição social) com uma força e definições pessoais muito maiores que a do homem , já que ela não será impulsionada pela não aceitação social do seu comportamento ( se por exemplo ela para de estudar, trabalhar ,etc.). Ela terá que travar essa batalha mias solitária ou contando com minorias (às vezes familiares, às vezes amigos e amigas ) que pensem de forma diferente que o social mais amplo. É freqüente, que isso traga a ela conflitos : vida maternal e profissional, por exemplo diante de uma gravidez em um casal , por exemplo, os aspectos iniciais culturais são opostos: o homem precisa ganhar mais, já que agora vai ser pai e terá mais um para sustentar e a mulher terá que parar ou diminuir seus estudos ou trabalho, já que agora ela vai ser mãe e terá o bebê para cuidar. Evidentemente os aspectos biológicos facilitam essa divisão de papéis mediante gravidez e amamentação , que acontecem concretamente no corpo da mulher. Mas é incrível  como aí existe a facilitação da identificação do casal com os arquétipos ; a mulher com a Grande-

Mãe e o homem com o Pai.

Segunda batalha ( ou resgate do matriarcal):

Para a mulher esta batalha naturalmente só poderá ocorrer (quando ocorre) se ela tiver travado a primeira. Ou seja , se ela conquistou seu “lugar ao sol” ela terá um resgate o da lua, a fazer . Se ela por exemplo se profissionalizou, se ela ganha seu próprio dinheiro, etc. chega um momento onde o mundo da Grande Mãe pede novamente espaço, na seqüência do desenvolvimento normal da mulher. E esse resgate , geralmente vivido mediante símbolos da segunda metade do dinamismo da Grande Mãe , não é sem luta. As mulheres que se profissionalizaram , por exemplo, sabem o trabalho no que é se desenvolverem nas tarefas : cozinhar, cuidar da casa, curtir filhos, arrumar  armários, enfeitar a casa, etc. Principalmente para as mulheres que desde cedo travaram a primeira batalha e que não a interromperam ( conquista do patriarcado ), sabemos quanta luta ,põe ex. , o se tornar uma “boa dona de casa”! Porém, aqui, quando a mulher se propõe a fazer esse resgate ela tem muito o apoio cultural. Quando ela já uma boa profissional consegue ser capaz de cozinhar bem, por exemplo, ou trazer sua casa caprichada , ela é bastante reforçada e elogiada por isso.

Assim , essa  segunda batalha para a mulher é que será sócio-sintônica.

Muitas vezes nem será uma batalha tão renhida , pois, dado até mesmo os conflitos da primeira batalha, ela nunca deixou inteiramente de exercer os encargos da Grande Mãe .Além disso ela tem uma familiaridade secular com esse universo onde penetra sem ter que mostrar “documentos”. Por exemplo, por mais que uma mulher individualmente tenha pouco treino , desenvolvimento ou mesmo conhecimento de cozinha, ninguém estranhe ou se surpreende ( a não ser que a conheçam pessoalmente) de uma mulher estar cuidando da cozinha ou da casa. Ela está no que nossa cultura identifica como “em seu lugar”, no lugar onde por séculos foi o único que lhe coube. Então, de um lugar que era seu, a mulher saiu (1a batalha ) e “volta” a ele (2a batalha) por “opção”. Mas, se tanto tempo foi seu, ela volta a ele sem ser “barrada”, não lhe é pedido ingresso ou passaporte. Quando essa ‘volta” (ou aquisição) representa uma surpresa agradável. Ela conta com a “torcida”. Há até uma expectativa social de que passada a juventude onde ela pode ter estado voltada para outras coisas na maturidade ela cuide ”do que lhe cabe” , do mundo da Grande mãe.

Acontece que, premido pela individuação , também o homem necessitará desse resgate e principalmente o homem que andou mais distante da Grande Mãe, pela identificação com o mundo do Pai. Mas, ai dele desta vez! Tudo o que lhe foi culturalmente favorecido na 1a batalha , agora  não é. Nos recintos aonde a Grande Mãe reina só é permitido livremente, pela nossa cultura, o ingresso do homem como filho. Será para o homem como filho. Será para o homem  uma batalha árdua, com difícil aceitação cultural e as  vezes familiar. Por que um homem tem que ser maternal, enfeitar a casa, ou valorizar alguns aspectos de cuidados pessoais e com os filhos, ou exercer as tarefas domésticas? Será que ele é homem mesmo ou está com algum conflito na sua identidade sexual? Estas são as perguntas que nossa sociedade faz, explícita ou implicitamente. Ele terá aqui a desconfiança social da validade de sua batalha e esta dependerá muito mais de seus recursos pessoais, individuais . Será uma  batalha solitária ou acompanhada por uma minoria.

Jung chama de Processo de Individuação a realização pelo Ser Humano dos seus potenciais e percebe que como seres humanos todos temos, homens e mulheres, todos os arquétipos. Ou seja, temos ambos o arquétipo da Grande Mãe e o arquétipo do Pai, por exemplo.  Com a divisão cultural dos papéis o homem ficou identificado com o arquétipo do Pai ( dono do lugar ao Sol ) e a mulher com o arquétipo da Mãe ( dona do lugar à Lua).

Ora, a mulher ao comprar o produto do homem, tão bem propagandeado, conquistou seu lugar ao Sol, ou seja encarou o arquétipo do Pai.

Porém , o homem não comprou o produto da mulher, tão mal propagandeado e não conquistou seu lugar à Lua.

Perdem ambos. Sofrem ambos. Sofre a família. Perdemos todos.

Novamente, como diz Chico:…Todo dia eu só penso em poder parar

        Todo dia eu só penso em dizer Não

        Mas pensando na Vida  pra levar

        Eu me calo com a boca de feijão

Sim , o homem se cala e a mulher fala sem parar. E todos perdem.

Uma das coisas buscadas na individuação é a relação simétrica e dialética trazida ao homem e a mulher pelos arquétipos do Animus e da Anima. Para haver essa simetria é fundamental que ambos, homem e mulher, se dêem conta de que são opostos simétricos . E que seus antigos mundos divididos( na nossa imagem, as duas bancas da feira ) sejam simetricamente compartilhados. Enquanto funcionar o “Ele é quem manda , ele é um Homem, Eu sou apenas uma mulher”, continuará funcionando o “ Todo dia ela faz tudo sempre igual, todo dia eu só penso em poder parar, mas pensando na vida p’rá  levar , eu me calo com a boca de feijão”, como tão bem dizem os poetas!

Mas estamos em competição de mandos e obediências que se prestam a submissões e conseqüentes retaliações.

Para que possamos nos encarar simétrica e dialeticamente, há que cada um ver na sua sombra, ou seja o que deixou de cumprir , na Roda Viva da Vida e da Cultura.

Tomara percebamos os mútuos prejuízos , tomara reconheçamos cada um nossos erros e acertos, tomara como um casamento entre Sol e Lua, possamos nos entender e trocar como homem e Mulher deste momento complexo de nossa Cultura.

A meu ver, voltando ao título, o papel da mulher no resgate do feminino na nossa cultura, seria exatamente perceber o valor da Grande Mãe r perceber de que preciosidade ela tem sido a guardiã . E com isso  ter portanto elementos reais para poder fazer do matriarcal uma adequada propaganda em prol de sua difusão entre os homens.

É necessário, penso , que percebamos quanto ainda é mais fácil à mulher viver o mundo do arquétipo do Pai no papel “filha” e ao homem viver o mundo do arquétipo da Grande Mãe no papel de “filho”.

Acredito que a difusão da validade de se viverem os segundos papéis é necessário. E para que nossa cultura não somente permita como “convide” o homem a viver o segundo papel quanto ao arquétipo da Grande mãe , penso que aí nós mulheres temos uma boa tarefa!

Boa sorte a nós todos!

                           

Iraci Galias

Médica psiquiatra e membro fundadora da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA)