O Curso de Extensão AS ESTRUTURAS DA AUTOCONSCIÊNCIA propõe analisar filosoficamente – por meio do mapeamento dos principais arquétipos, mitos e símbolos da autoconsciência – os princípios transcendentais da psique humana, bem como as experiências universais que estruturam a nossa vida e nos convocam constantemente a:
• pormos ordem em nossos mundos interior e exterior;
• compreendermos o significado pedagógico de nossos sofrimentos;
• percebermos o sentido transcendente de nossa existência;
• buscarmos nossa origem espiritual mais profunda.
O objetivo é oferecer algumas chaves metafísicas de compreensão da espantosa e dramática condição humana, e uma psicossíntese que devolve à consciência do homem a sua dimensão espiritual e sua relação com Deus, independentemente da conceituação e do nome que este tenha recebido nas mais diversas culturas.
Sem dúvida alguma, é um curso importante para todos os interessados em conhecer filosoficamente a experiência humana, imprescindível a todos os psicólogos que desejam ir além de sua formação especializada por meio do conhecimento dos principais pressupostos da filosofia da consciência, do imaginário simbólico do homem, e da antropologia filosófica das antigas tradições espirituais.
EIXO 1 – O HOMEM, UM “SER ESQUECENTE”
Objetivo: mapear as estruturas existenciais do “esquecimento do Si Mesmo” e os diagnósticos contemporâneos da profunda crise de autoconsciência que assola o homem atual.
1.0 As estruturas existenciais do esquecimento do Si Mesmo
1.1 As simbologias filosóficas do esquecimento
1.1.1 O Mito da Caverna de Platão
1.1.2 Os Jogos de Maya do Hinduísmo
1.1.3 As Salas da Consciência do Budismo Tibetano
1.1.4 O Inferno da Divina Comédia
1.2 As três escalas do esquecimento: o arquetípico, o histórico e o circunstancial
2.0 Modernidade, Pós-Modernidade e crise de autoconsciência
2.1 Diagnósticos da crise
2.1.1 Nietzsche: a morte de Deus, o fim da grandeza humana e os “últimos homens”
Durand: a destruição do imaginário simbólico em nosso tempo
Guenon: o desaparecimento da metafísica pura e o Reino da Quantidade
Eliade: a dessacralização do “homo religiosus” e a profanação da vida humana
2.1.2 Ortega y Gasset: A Rebelião das Massas e o fenômeno da “invertebração cultural”
Girard: a ausência de modelos, a crise mimética e a procura pelo “Bode Expiatório”
Bauman: A pós-modernidade e o surgimento do “homem-líquido”
3.0 A realidade posta “debaixo do tapete”
3.1 A Síndrome de Procusto e o triunfo do materialismo intelectual
3.1.1 Subjetivismo, historicismo, psicologismo e a amputação da metade da realidade
3.1.2 O paradigma do pensamento metonímico
3.1.3 Existencialismo: a metafísica com “asas de galinha”
3.1.4 Niilismo: a náusea intelectual dos dias atuais
3.1.5 Vogelin: o fenômeno hipnótico da “segunda realidade”
3.1.6 A era do ressentimento: a vitimização como expediente de poder
3.1.7 A era das ideologias: “o homem é religioso até quando não é”
EIXO 2 – As Estruturas da Autoconsciência
Objetivo: mapear os arquétipos que estruturam a experiência da autoconsciência, e os mitos e símbolos que convocam o homem a buscar sua origem espiritual e suas raízes ontológicas mais profundas.
1.0 O Homem segundo a antropologia dos primeiros princípios
1.1 Antropogênese: “Nele nos vivemos, nos movemos e somos” (AT, 17:28)
1.2 Macrocosmo e Microcosmo: o homem como imagem de Deus nas antigas tradições espirituais
1.2.1 A criação do Cosmos e do Homem segundo a tradição védica: Prajapati, Mulaprakti e a ideação Cósmica
1.2.2 A criação do Cosmos e do Homem na mitologia grega e no Timeu de Platão
1.2.3 A Décade Pitagórica e a criação da realidade
a) O número 1: A ativação da vontade de Deus
b) O número 2: a criação da matéria
c) O número 3: Fiat Lux, a criação da consciência e a manifestação cósmica
d) O número 4: a organização do Universo no tempo-espaço
e) O número 5: a criação do homem
1.3 As possibilidades transcendentais da consciência humana Kenosys e Teosis Mística na religião cristã
1.3.1 Moksha, Satori, Samadi e Wu Wei nas religiões orientais
1.3.2 O Ouroborus: a reencarnação e a multimilenar Doutrina dos Ciclos
2.0 A Unidade como estrutura do Eu-Consciência – Visão geral e aproximações filosóficas entre:
2.1.1 Os Eus-Pássaros do Rig Veda
2.1.2 Os Eus 1 e 2 de Jung
2.1.3 O Eu-Atma do Adivaita Vedanta
2.1.4 O Eu-Real do Bhagavad Gita
2.1.5 O Eu-Superior de Platão e o autogoverno da consciência
2.1.6 O Eu-Divino de Santo Agostinho e o Deus que fala em nós
2.1.7 O Eu-Unidade de Kant e o conhecimento de si
2.1.8 O Eu-Substancial de Schelling e a autointuição do Ser
2.1.9 O Eu-Autoconsciente de Hegel e a atualização final do Espírito Absoluto
2.1.10 O Eu-Puro de Husserl e o retorno às coisas em si mesmas
2.1.11 O Dasein de Heidegger e a abertura para a totalidade do Ser
2.1.12 O Eu-Para-Si de Sartre e a autoconstrução na liberdade
2.1.13 O Eu-Total de Lavele e a presença total do Ser-Consciência
3.0 A Eternidade como estrutura do Eu-Consciência
3.1 O senso de continuidade do Eu e as emulações do ego (eu circunstancial, eu social e eu biográfico)
3.2 As três temporalidades da autoconsciência (eterno, eviterno e cronológico)
3.3 O presente, as virtudes e os ideais como temporalidades do espírito
3.4 O eterno na linguagem: a lógica dá pistas de como se estrutura a realidade
4.0 A narrativa como estrutura do Eu-Consciência
4.1 a função do mito na ordenação da psique
4.1.1 Platão e o recurso do mito em seus diálogos
4.1.2 Pascal e o último passo da razão
4.2 o símbolo como intelecção superior
4.3 Imaginação simbólica: “a porta da frente do Real”
5.0 As Estruturas simbólicas da Realidade
5.1 O Círculo: a dimensão da totalidade
5.2 O Triângulo: a dimensão espiritual
5.3 O Quadrado: a materialidade do mundo
5.4 A Cruz: a condição existencial
5.5 A Ponte: a consciência humana
5.6 A sombra: os autoenganos
5.7 O Espelho: a ilusão do mundo
5.8 O Labirinto: o caminhar na vida
5.9 O Fogo: a inteligência vertical
5.10 A Escada: o verdadeiro caminho
EIXO 3 – As Estruturas Trágicas da Autoconsciência
Objetivo: mapear filosoficamente os condicionamentos e desafios existenciais inexoráveis que fazem da vida humana uma experiência densa, probatória e transcendente de profundo caráter pedagógico.
1.0 O herói e a guerra interior como estruturas da autoconsciência
1.1 A Primeira Verdade Nobre do Budismo: a existência é sofrimento
1.2 Leônidas: “se queres paz te preparas para a guerra”
1.3 O Kurushetra do Bhagavad Gita: a psique humana como campo de batalha
1.3.1 O desânimo de Arjuna: “por que tenho de lutar?”
2.0 A dor como estrutura da autoconsciência
2.1 A anagnorise do teatro grego e a periagogeplatônica
2.2 A Tragédia grega: a face oculta do mito de Édipo
2.3 A esfinge: “decifra-me ou eu te devoro”
2.4 Circe, Inana, as sereias e as paixões: as feiticeiras do autoengano
3.0 A dualidade como estrutura da autoconsciência
3.1 Freud: os princípios de prazer e realidade
3.2 Lavele: a cisão eu e mundo ou por que a realidade não cede aos nossos desejos?
3.3 Ortega y Gasset: “Eu sou Eu e minhas circunstâncias”
3.4 Carroll: O Eu entre as culpas moral e estrutural
4.0 O autosacrifício e a morte como estruturas da autoconsciência
4.1 Moisés no Mar Vermelho: a vida não se abrirá enquanto não dermos o primeiro passo
4.2 Sócrates na Ágora: a dialética e a importância do controverso e do contraditório
Eros e Psiquê: o amor na forja do dever e da responsabilidade
4.3 Níobe: não somos importantes como pensamos
4.4 Teseu e a vela negra da nau: a vida não tem a obrigação de nos fazer felizes
5.0 A dor como raiz da verdadeira felicidade
5.1 A voz do silêncio: “Renuncia a tua vida se queres viver”
5.2 Estoicismo: nossa dignidade cresce com os nãos que damos a nós mesmos
5.3 Quíron e Omolú: o curador-ferido e a doença como caminho
5.4 Kierkegaard: da angústia ao “salto para Deus”
5.5 Nietzsche: se cair no abismo, dance
5.6 Camus: Sísifo e o alegrar-se no absurdo
5.7 Buda: o modelo do vencer-se a si mesmo
5.8 Cristo: o modelo do sacrifício pelo outro
5.9 Memento mori: “lembremos, vamos morrer!”
Destinado a psicólogos, estudantes de psicologia, e pessoas de qualquer formação interessadas em filosofia, religiões comparadas, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Quartas- feiras, das 19h às 22h
DATAS:
06/09/2023
13/09/2023
20/09/2023
27/09/2023
04/10/2023
11/10/2023
18/10/2023
25/10/2023
01/11/2023
08/11/2023
22/11/2023
29/11/2023
Ronald Carvalho é professor de filosofia, com especializações, mestrado e doutorado dedicados a estudar a filosofia da consciência e o simbolismo das antigas tradições espirituais. Sua abordagem parte da filosofia clássica, dialoga frequentemente com o existencialismo e com as principais correntes da filosofia oriental, e procura articular a psicologia atual com uma visão antropológica mais ampla e de dimensões transcendentes, como a fornecida pelo psicólogo analítico Carl Gustav Jung.
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